domingo, 4 de janeiro de 2009

Plutão em Capricórnio

por Nuno Michaels

Em Novembro de 2008, Plutão entrou definitivamente no signo de Capricórnio e aí transitará até 2024.

Plutão, o mais lento dos Planetas e o único que leva um quarto de milênio para percorrer todo o Zodíaco, marca o ritmo da transformação da consciência da Humanidade e, desta forma, a inevitabilidade das crises pessoais e coletivas que pautam toda a evolução.

Os últimos anos assistiram à passagem de Plutão por Sagitário e denunciaram os temas ligados : guerras religiosas, internacionalizaçã o da consciência, os problemas na Educação, a crise de valores espirituais e humanistas que nos tem obrigado, a todos, a revermos os nossos valores e a irmos em busca de novas referências espirituais, existenciais, ideológicas, humanas.

Finalmente, à medida que Plutão passa para Capricórnio, é altura de começar a dar forma (Capricórnio) àquilo em que acreditamos (Sagitário), ou seja, à Verdade da nossa Alma. Isto implica que todos temos de rever as estruturas (Capricórnio) nas nossas vidas pessoais. Isto implica também termos um vislumbre de quem queremos ser, de em quem nos queremos tornar, do Caminho a seguir (Sagitário).
A passagem concomitante de Saturno por Virgem, até Outubro de 2009, convida-nos a responder a estas questões:

"quais são os conhecimentos, as técnicas, as ferramentas, as atividades, as rotinas diárias, a higiene, o exercício, o cuidado da psique através do corpo,o que é que precisa reunir e construir como técnica, ferramenta, conhecimento, disciplina, organização da vida prática, de modo a poder começar a lançar a base da estrutura que quer criar de si próprio, em si próprio, na sua vida?"

Para "evoluir", agora temos de ser saturninos: definir objetivos, organizar a vida prática, fazer contas, gerir o tempo, fazer exercício, alimentarmo- nos adequadamente, sermos fiéis à nossa busca e responsáveis por tudo o que criamos por nós próprios - no processo de criar a realidade que queremos traduza a verdade interna da Alma.

Com Plutão em Capricórnio, é através da matéria e das formas concretas que podemos atualizar a Verdade do Espírito. Como é que a vida prática pode expressar o impulso da minha Alma? De que maneira é que a minha vida já expressa aquilo em que eu acredito?

Onde é que a minha vida, a que eu chamo a minha vida "prática" ou a minha "realidade", onde é que esta minha realidade pessoal ainda não expressa a Verdade da minha Alma? Qual é o emprego, o trabalho, a profissão, que me servem? Trabalho para pagar contas ou para me cumprir como Alma? Quais são as atividades práticas, quotidianas, que expressam quem eu realmente sou?

À medida que sintonizamos a nossa relação com a Verdade, aumenta a nossa responsabilidade em viver à altura daquilo que se estuda, se aprende, se acredita, que faz sentido. Acreditar numa coisa e ter uma estrutura de vida diferente, que não é o seu reflexo, que não é a sua manifestação, é uma perversão. A mesma perversão dos católicos que se vão confessar ao domingo de manhã para poderem pecar a semana inteira.

Ética e poder espiritual é viver à altura daquilo em que se acredita. E viver à altura daquilo em que se acredita, não é viver na cabeça. É permitir que haja uma reorganização nas estruturas cristalizadas da nossa vida.

Nada disto é uma espécie de ameaça cósmica, porque acima de tudo vivemos num Sistema Solar de 2º Raio, e o 2º Raio é Amor/Consciência.

E isto significa "podemos escolher evoluir, podemos escolher não evoluir, sempre terei amor para aceitar as escolhas, e sempre terei a generosidade para devolver consequências impessoais das escolhas pessoais. Eu não interfiro, apenas devolvo o que fizer para, e por, si próprio".

Então a passagem de Plutão de Capricórnio é o convite a assumirmos a responsabilidade, e assim reclamarmos o poder, de criarmos para nós próprios a vida que queremos e precisamos para expressar a Verdade da nossa Alma, sem as habituais cantigas egóicas da lamentação, da justificação e da auto-justificaçã o. "Não faço porque", "não posso porque", "sim, mas…"

E que presente mais valioso podemos nos oferecer, neste Natal e em todos os outros, do que agarrar as rédeas criativas da nossa própria existência e homenagear com o ouro da consciência, o incenso da inspiração e coragem, o nascimento do nosso Cristo Interno, que tem estado em gestação no ventre da personalidade- Maria ?

* Texto maravilhoso recebido por e-mail.

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